quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

"Ah, esse cheiro de chuva.. Tão passivo, tão amigo, mas tão invasor! Me invade de uma forma que é difícil expor em palavras... Já não sei bem se o som das gotas batendo no chão são das gotas da chuva ou das gotas de meus olhos. Ouço risos, Risos de criança. Uma menina por volta de seus 9 anos, decalça, corre e salta na chuva. Livre. Saudade dessa liberdade. Nostalgia. Um aperto no fundo do peito me lembra de que estou viva. Ainda vivo, sim. Vivo por fora, vivo no físico. Por dentro me tornei pedra. Minhas primeiras camadas subterrâneas são rochas, que sinto derreter aos poucos quando o riso e a cantoria da menina ficam mais próximos. E então ela está próxima o suficiente para que nossos olhos se cruzem. São olhos claros, bonitos. Conhecidos. Olhos sugestivos como os que eu tive um dis. Como os que eu tive quando sabia que a vida era pra se viver."
- Alguém.

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