quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"Ele disse que conhecia uma pessoa ingênua. Ingênua de acreditar num mundo de fadas e beleza . Ingênua de se trancar nesse mundo e deixar que os outros a utrapassassem do lado de fora. “Eu conheci uma pessoa ingênua”, ele disse e continuou, “e que pensava que tudo era como um mundo de fadas; foi difícil, mas consegui trazê-la deste inferno”. Eu entendia a parte de ingenuidade. Entendia que alguém se trancasse num mundo de fadas e que aquilo podia ser uma espécie de inferno pessoal. Mas eu nao entendia como se tirava alguém disso. A pessoa cria sua própria jaula, à prova de balas, e se tranca lá. Uma proteção, uma armadilha. Fiquei imaginando como seria alguém se atrever a entrar nessa jaula gigante, de fadas-demônios e desbravar aquele paraíso-inferno atrás de uma pequena criança perdida, iludida ali dentro, enfeitiçada pelo macabro mas agradável canto das fadas. Seria possível? Ele era a prova de que sim. Era possível entrar num mundo cmpletamente criado por outra pessoa e arrastá-la porta afora. Mas mundos são poderosos. E mentes também. Nos pregam peças, brincam conosco. Com nossos corpos, com nossos rostos. Ah, todos podemos ser um pouco daquela pequena pessoa ingênua."
  — Um paraíso das fadas, um covil de demônios. O que nossa mente não poderia criar?
Alguém, agradecimentos a Leo Dante, o desbravador de mundos invisíveis.

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