quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"Meu primeiro fim de tarde na casa nova. Vesti meu roupão, peguei minha xícara de chá e fui para os fundos da casa. A varanda era mesmo linda, e virada pra oeste, então minha visão desse pôr-do-Sol foi a mais perfeita possível. Fiquei ali, apoiada nas pilastras de sustentação da casa. Aquele cheiro podia ser o bastante pra me desligar do mundo... Meu chá, madeira, a terra meio molhada da chuva que começava a cair. Oh céus, isso tudo era tão perfeito! Ele tinha que me vir à mente outra vez e acabar com o meu momento. Por tudo que é mais sagrado, eu precisava esquecer daquilo. Ele estava em paz agora, sei que estava. Foi um adeus difícil, doloroso. Mais pra mim do que pra ele, é uma fato. Doeu demais ter que ser aquela que fecharia seus olhos, meu amor. Eu apertei sua mão tão forte quando vi seus olhos perderem o brilho, que senti que iria quebrá-la. Mas já faziam cinco anos, já era tempo de esquecer isso."
Alguém.

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