quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"Se tudo tem que terminar um dia, que acabe de forma grande. Que não aja contenções ou meias palavras. Que as ofensas e despedidas e palavras de esperança e atos finais, sejam memoráveis. Que os términos sejam dignos de uma obra Shakesperiana, repleta de exageros, atrocidades e hipérboles. Sou conta finais pacatos. São coisinhas frias e superficiais, cheias de meias verdades, de meias palavras, de meias pessoas. Tive alguns finais assim na minha vida e são as únicas coisas das quais me arrependo. Dão a impressão de que aquilo talvez não devesse acabar. Quando deve terminar mesmo, fica marcado… Finais pacatos não marcam, não mordem, não sangram. Não surpreendem, não ferem, não arrancam risos no futuro. Ah, se pudesse voltar no tempo… Ah sim… Sim, sim, sim. Talvez mudasse isso. Mas agora o que resta é escrever e tomar chá, sentada numa varanda, vendo o tempo correr ao meu redor. E torcer para que meu final não seja pacato como o ar que me circula."
Alguém.

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