quinta-feira, 1 de novembro de 2012

"Ah cara, eu juro que foi sem querer. Foi sem querer daquela vez que eu acertei seu olho, foi sem querer aquela vez que eu peguei a última bala de canela, foi sem querer no dia em que nós brigamos e eu saí sem esperar resposta. Foi sem querer. Foi mesmo. Foi tão desproposital quanto gostar de você. E, caramba, eu gosto mais do que pensava. Gosto da tua voz, do teu cheiro, do jeito que você se veste. Mas gosto além dessas coisas que pairam na tua superfície. Você tem toda uma aura, todo um quê de lorde inglês, de Dón Juan de província - mesmo que nós nem sejamos assim tão pronvicianos. Ah, mas você é mesmo um tremendo filho da puta! Faz falta, sabe disso. Se aproveita. Você do quanto eu sou boba e sabe que não me aguento em mim por muito tempo sem falar contigo. Sabe que vou atrás, sabe que vou me virar. Talvez difarçadamente, mas vou. Estou fazendo isso toda vez que olho pra você. Ou quando pego sua camisa e simplesmente a visto como se fosse minha. Ou quando pego seu celular com a desculpa de ouvir umas músicas e saio correndo. Ou quando prolongo nossas conversas, nosso tempo juntos... Sabe que não faço isso com qualquer um. Você percebe. Sabe que me faz de boba se quiser, não sabe? E olha, eu nem te amo! Isso é idiota, certo? Mas a verdade é que toda vez que você me abraça ou quando me segura pra pegar suas coisas ou pra eu não te bater, eu estou louca de vontade de você. Isso não é normal. Não pra mim. Mas a gente tá nesse tanto faz há tanto tempo que se tornou confortável. Aceitável."
Alguém.

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