domingo, 18 de novembro de 2012

"Eu estava num daqueles dias que são terríveis e ótimos ao mesmo tempo. O mundo parecia querer me engolir e me abraçar no mesmo movimento. Respirei fundo. Eu não tinha razão para ter medo. Era um dia como qualquer outro certo? Errado. Erradíssimo. Em geral eu acordo mega disposta. Mas hoje não. Ah, foi um custo sair da cama. Me senti uma doente. Era como se eu tivesse ficado por semanas e semanas deitada naquela cama. Como se eu tivesse entrado em coma. Fui até o banheiro. Parei embaixo da ducha e abri o registro. A água caiu fria no meu corpo, ainda com as roupas de dormir. Segundos depois, a temperatura estaria agradável. Escovei os dentes com o ânimo de quem é forçado a trocar os amigos pelo dever de casa. Me sequei e fui para o quarto, enrolada na toalha. Vesti uma camiseta que mais parecia um vestido e me joguei na cama, os cabelos ainda úmidos. A luz do Sol bateu morna no meu rosto. Era bom. Ah, ainda existiam coisas boas no mundo. Mas ainda assim, meu dia seria triste. Tão ruim cortar ligações tão longas. Ah, não, que é isso? Loucura? O clube de teatro só se desfaria na semana seguinte. Óh céus, em que mundo fui parar? Hoje era só um dia normal. Só mais um dia de deixar o estômago embrulhado. Sim, só mais um dia..."

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